4.26.2018

A importância dos fundamentos

Acabei de terminar os exercícios da última aula do curso de Analytical Figure Drawing do Michael Hampton. Era algo que eu precisava fazer há algum tempo e esse começo de ano me reservei um tempo para estudar mais desse assunto. Primeiro vi algumas aulas do canal do Proko, assisti algumas do Alex Woo no Schoolism e, a partir do mês passado, comprei o livro e baixei as aulas do Hampton.

Fundamentos. Todo mundo que desenha já passou pela situação de ver que seu trabalho peca em construção e estrutura e não soube muito bem o que fazer, até que pediu conselho para alguém mais experiente e esse alguém respondeu: "você precisa estudar os fundamentos". Parece até um cálice sagrado do desenho que todo mundo que bebeu dele evoluiu muito rápido e agora recomenda para todo mundo. Ou então quando você vai ao hospital e o médico, sem nem olhar na sua cara, já diz que seu problema é virose e passa uma receita.

A verdade é que não basta só estudar os fundamentos, é claro. Até porque nenhum tópico de desenho pode ser resumido apenas a um pouco de estudo e nada mais. É preciso se dedicar horas, meses e até anos para poder tentar dominar um campo de estudo e, mesmo assim, ainda será necessário revisar sempre para não enferrujar e aprender coisas novas. Os fundamentos, como o próprio nome já diz, são estudos fundamentais para se dar início a qualquer prática de desenho. São eles o estudo da figura humana, perspectiva e luz e sombra. Lembrando que o estudo da cor é só a cereja do bolo de qualquer ilustração e será um dos últimos processos a ser estudado. Falarei mais sobre ela no futuro.

O curso do Michael Hampton foca em algo que durante muito tempo me considerei ruim: o estudo da figura humana. Sempre tive dificuldade com proporções e posicionamento de corpos pelo espaço e, talvez como consequência disso, me voltei para o desenho cartunesco em vez de tentar aprender o desenho mais realista. E quando digo isso, não julgo o estilo cartum como "mais fácil", apenas foi mais simples para eu me embrenhar.

Porém ao vir para São Paulo e começar a estudar 3D eu tive o meu primeiro choque de realidade ao tentar trabalhar com modelagem. Meus personagens simplesmente não davam certo porque eu tinha uma visão muito bidimensional deles. E claramente isso não funciona num universo 3D. A partir daí eu venho procurado desconstruir cada vez mais o processo de desenho para aprender da forma correta desde o básico, o fundamental, para melhorar os meus resultados finais.

E, claro, não é porque eu vi alguns vídeos e fiz alguns exercícios que eu estou foda, ainda falta um longo caminho pela frente. Mas já vejo um avanço significativo em comparação àqueles desenhos de 2016 para trás. E vamos seguindo em frente. Seguem os estudos das aulas:




A primeira semana teve como tarefa fazer 100 gestures e na segunda fazer exercícios de manequização (simplificar o corpo humano para formas simples). A partir da terceira, sendo cada vez mais específico, tive que fazer 25 estudos de cada tópico da semana: torso superior, inferior, costas, pernas, cabeça e braços.






A partir de maio pretendo continuar o estudo de anatomia, porém dessa vez em 3D, com alguns vídeos do Rafael Grasseti que tenho no HD e um curso do Rafa Sousa. Dessa forma pretendo continuar a evoluir em anatomia - porque a melhor forma de aprendê-la é esculpindo e sentindo ao vivo o volume e encaixe dos músculos - e, ao mesmo tempo, voltar a mexer com o zBrush que, de tanto tempo abandonado por mim, já nem lembro mais como funciona.