11.25.2019

Nos últimos meses consegui entrar na turma de pintura e desenho do grande Davi Calil no Sesc Pompéia e passei a aprender a pintar usando guache. É curioso como o guache é visto com certa surpresa para algumas pessoas e até certo desprezo por alguns artistas. Talvez por ter sido utilizado por todos nós nas aulas de artes do colégio, ele possa ser encarado como uma técnica menos "profissional" do que a acrílica ou a pintura à óleo. Mas a realidade é muito diferente.

Por ser maleável e de baixo custo, o guache pode ser aproveitado com níveis de transparência e opacidade. Misturando com água, podemos experimentar nos mesmos moldes da aquarela, porém com mais facilidade, pois temos a opção de "corrigir" nossos erros adicionando mais tinta à composição. Ao contrário da aquarela, não nos restringimos a usar o branco do papel como luz, permitindo assim um planejamento mais maleável do que se pretende fazer.

Além disso, a técnica é substancialmente mais barata que as demais, uma vez que utiliza, a princípio, apenas três cores primárias que geram todas as demais - ciano, magenta e amarelo. Adicionamos o branco e o preto e pronto, temos toda uma gama de opções para trabalharmos. Outra grande vantagem é que dessa forma o aprendizado, tanto de prática quanto de teoria das cores, fica mais fácil de se obter.

Me sinto muito grato por ter me descoberto a essa prática. Como todo mundo, desde a infância não mexia com pintura tradicional e, com o passar da minha trajetória artística, me tornei adepto à pintura digital. Minhas referências acabaram me levando para esse caminho e, sem perceber, acabei separando o tradicional do digital como se fossem mundos completamente diferentes. A verdade é que a teoria é a mesma para ambas as técnicas, e o que se aprende em uma influencia completamente o que se pode produzir na outra. A nível pessoal, pintar no tradicional me abriu os olhos para exercitar composição, valores tonais, paletas reduzidas, além de paciência e admiração pela arte.

Seguem abaixo meus estudos de fotografias e cópias de grandes mestres como Sargent, Lucian Freud e Mark Malm.
































Últimos exercícios da turma de DF do Luzzi.